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O Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP) é uma instituição ligada ao ensino, à pesquisa e à extensão universitária, voltado à produção artística nacional e estrangeira.
O museu está localizado instalado no Ibirapuera em um complexo arquitetônico criado nos anos 1950 pelo arquiteto Oscar Niemeyer e equipe, além de seu espaço histórico no Pavilhão Ciccillo Matarazzo, constitui um importante centro de pesquisa e de formação educacional.
O MAC possui a mais importante coleção da América Latina especializada na produção ocidental do século XX. Conta com cerca de 10 mil obras - entre óleos, desenhos, gravuras, esculturas, objetos e trabalhos conceituais - consistindo em um grande patrimônio cultural com decorrências nacionais e internacionais.
História!
A criação do Museu de Arte Contemporânea da USP encontra-se ligada à história da primeira coleção especializada em arte moderna da América Latina, a do Museu de Arte Moderna de São Paulo, e, por conseguinte, à instituição da Bienal Internacional de Arte de São Paulo. Fundado em 1948 por Francisco Matarazzo Sobrinho, o Ciccillo Matarazzo, o Museu de Arte Moderna de São Paulo surge em um contexto de expansão industrial e de acelerado processo de metropolização.
Nesse cenário, o mecenato privado – sobretudo o de Ciccillo e de Assis Chateaubriand (fundador do Museu de Arte de São Paulo) – cumpre papel decisivo na criação de diversas instituições culturais do período. No campo das artes visuais, o MAM/SP e a Bienal expressam a atenção despertada pelas novas tendências construtivas na arte. Reivindicação antiga de artistas e intelectuais, como Mário de Andrade e Sérgio Milliet, o projeto de um museu dedicado à Arte Moderna no Brasil tem por modelo o Museum of Modern Art (MoMA) de Nova Iorque (1929) e sua tentativa de articulação das diferentes artes: cinema, teatro e artes visuais.
Com o apoio de Nelson Rockfeller (responsável por uma importante doação de obras feita ao MAM/SP em 1949), Carlos Pinto Alves e Alberto Magnelli, Ciccillo consegue ampliar a coleção, contando para isso com o auxílio técnico do crítico belga Leon Dégand, primeiro diretor da instituição. A criação da Bienal Internacional de São Paulo cumpre importante papel na ampliação do acervo: as obras premiadas nas mostras internacionais realizadas a partir de 1951 são incorporadas à coleção do museu, até 1962, quando ocorre a separação jurídica entre as instituições.
Os sucessivos conflitos entre a diretoria - ávida por autonomia - e Ciccillo, além da excessiva ligação do museu à Bienal (que fez dele quase um apêndice desta), levaram o empresário a decidir unilateralmente pela extinção do MAM, em 1962, e a efetivar a doação de seu acervo à Universidade de São Paulo no ano seguinte. Amigo do reitor da universidade, Ulhôa Cintra, Ciccillo havia recebido deste a promessa de que o acervo ganharia uma sede própria no campus da Cidade Universitária.
Os membros do conselho recorreram judicialmente da decisão de Ciccillo e tentaram recuperar, em vão, o patrimônio da instituição. Conseguiram, no entanto, reaver a personalidade jurídica do MAM/SP. Passam a organizar exposições pela cidade até que, em 1969, o museu retoma suas atividades regulares em sua nova sede, na marquise do Parque do Ibirapuera.
Histórico!
O Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo é instituído em 8 de abril de 1963. Além das obras transferidas do Museu de Arte Moderna de São Paulo, somam-se ao seu acervo as obras advindas das coleções particulares de Ciccillo Matarazzo e de sua esposa, Yolanda Penteado, bem como a doação de obras internacionais realizada pela Fundação Nelson Rockefeller e os Prêmios das Bienais Internacionais de São Paulo.
Concomitantemente, parte do antigo museu e de sua história migra para a universidade, o que confere a ele feições particulares associadas ao caráter da instituição que o acolhe. Entre outras coisas, observa-se o destaque, a partir de então, ao caráter educacional e formador do MAC, dirigido por professores universitários.
Posteriormente, juntam-se ao núcleo primário o espólio de Yolanda Mohalyi (com 26 obras da artista) e a coleção Theon Spanudis (364 obras, entre as quais um grande número de trabalhos construtivos posteriores à década de 1960). Em sua fase inicial, o museu funciona no terceiro andar do Pavilhão Ciccillo Matarazzo, no Parque do Ibirapuera, onde são realizadas as Bienais.
A herança das obras-primas amealhadas pelo MAM/SP fez com que o novo museu logo ganhasse destaque na América Latina e espaço nas discussões sobre os rumos das artes no século XX. Walter Zanini, primeiro diretor do MAC, assumiu pouco antes do golpe militar de 1964. Em tempos de intensa repressão política, Zanini foi o responsável por fazer do MAC um fórum do pensar e do fazer artísticos.
Vários trabalhos expostos no museu refletiam a presença militar no cotidiano, ocasionando ameaças freqüentes dos órgãos repressores institucionais. As administrações posteriores de Wolfgang Pfeifer (1978-1982), Aracy Amaral (1982-1986) e Ana Mae Barbosa (1986-1990) foram de grande importância na definição dos novos rumos da instituição. Investido das atribuições recorrentes ao fato de se posicionar como um museu da arte do nosso tempo, o MAC serviu de laboratório à primeira experiência museológica brasileira voltada à produção contemporânea.
Ela se afirmou em meados dos anos de 1960, no exato momento em que se projetava internacionalmente a discussão sobre mudanças que estavam ocorrendo na arte, ocasião em que se discutia a re-conceituação dos seus paradigmas. O MAC USP projetava já nesse momento, ações e exposições que mostravam a arte contemporânea ao público. A incorporação de obras fundamentadas na experimentação de novas linguagens e no uso de novos meios foi a base do crescimento do acervo, nas décadas posteriores à sua fundação.
A contemporaneidade será a marca principal das décadas de 70 a 90, quando as doações de obras realizadas pelos próprios artistas colocaram-se como fator principal para a atualização e ampliação qualitativa do acervo do museu. O ano de 1985 marca o começo da construção da sede definitiva do MAC, na Cidade Universitária. O projeto original foi elaborado pelos arquitetos Paulo Mendes da Rocha e Jorge Wilheim em 1975, mas com o início dos trabalhos, foram descobertas limitações técnicas que impossibilitaram a continuação da obra, fazendo com que a direção do museu optasse por um segundo projeto, inaugurado em 1992.
A partir de 1999, por iniciativa de seu diretor Teixeira Coelho, a sede do museu no campus passou por ampla reforma que a dotou de aprimoramentos tecnológicos atualizados e importantes, uma nova distribuição do espaço expositivo interior, uma nova fachada e aspecto exterior e um novo jardim de esculturas no qual se sobressaía uma obra de Tomie Ohtake; a sede-campus, inteiramente reformada, foi reinaugurada em 2000.
A condição de museu universitário confere ao MAC/USP características diferenciadas em relação às instituições congêneres. O museu conta com um corpo permanente de docentes e pesquisadores que desenvolvem pesquisas científicas nas diversas áreas de atuação do museu, resultando em amplo acervo de publicações e expertises. Também oferece cursos de extensão universitária, de graduação e de pós-graduação aos estudantes da USP, de instituições conveniadas e à comunidade em geral.
A coleção!
A coleção do MAC é de singular importância no contexto nacional e internacional e oferece uma experiência significativa do que foi e é a arte do início do século XX até os dias de hoje. São mais de oito mil obras – entre pinturas, esculturas, desenhos, gravuras, fotografias, objetos e trabalhos conceituais – de artistas exponenciais, brasileiros e estrangeiros, capazes de ilustrar todos os principais movimentos artísticos dos últimos cem anos. Recentemente, o MAC recebeu, por determinação judicial, a guarda e a administração provisória de 1478 obras da coleção do Banco Santos, que abrange um significativo conjunto de fotografias contemporâneas, vindo cobrir uma lacuna no acervo da instituição.
Horário de Funcionamento:
Segunda-feira: Fechado
Terça-feira a Domingo: 10h00 – 21h00
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Endereço: Av. Pedro Álvares Cabral, 1301 - Vila Mariana - São Paulo
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