Oficialmente, a História de Taquaritinga começa com a doação das terras. Dezenove pessoas se uniram e fizeram a doação de 64 alqueires a “São Sebastião dos Coqueiros”. A escritura de doação está datada de 8 de junho de 1868.
A partir daí o Povoado foi se desenvolvendo, passando pela elevação do Patrimônio à categoria de Distrito de Paz, depois à categoria de Vila; em seguida, a criação e instalação do Município; depois a elevação da Sede do Município à categoria de Cidade, culminando com a criação e instalação da Comarca.
Cronologicamente, a consolidação político-administrativa se desenvolveu em várias etapas:
- 8 de junho de 1868 – doação das terras a São Sebastião dos Coqueiros, primeira denominação da cidade;
- 16 de março de 1880 – pela Lei Provincial nº9, o Patrimônio foi elevado à categoria de Distrito de Paz da Comarca de Jaboticabal, sob a denominação de “Ribeirãozinho”;
- 25 de julho de 1892 – Por Decreto, o Povoado é elevado à categoria de Vila de São Sebastião do Ribeirãozinho”;
- 16 de agosto de 1892 – pela Lei Estadual n 60, é criado o Município de Ribeirãozinho;
- 22 de dezembro de 1892 – é instalada a primeira Câmara Municipal;
- 19 de dezembro de 1905 – pela Lei Estadual n 1038, a Sede do Município é elevada à categoria de “Cidade”;
- 25 de novembro de 1907 – pela Lei Estadual n 1.102-A, é criada a Comarca. Pela primeira vez surge o nome de “Taquaritinga”;
- 4 de fevereiro de 1908 – é instalada a Comarca de Taquaritinga.
Desde os primórdios até nossos dias, notamos que o município passou por vários “ciclos de desenvolvimento”. O primeiro desses “ciclos” é o que antecede o ato de nascimento oficial da cidade, que se deu em 1868. Vamos denominá-lo de “ciclo pré-fundação”. Embora, oficialmente, a nossa cidade tem seu registro de nascimento ocorrido a 8 de junho de 1868, que corresponde à data da escritura da doação das terras, mas o seu surgimento de fato retroage entre os anos de 1825 a 1840, com a vinda de dona Maria Francisca de Jesus, “a dona da capa preta”, viúva de Manoel Francisco de Castilho, que formaram a Família Castilho – Capa Preta, que tem descendentes até hoje em nossa cidade e região.
O segundo “ciclo” compreende desde a data da fundação (1868), passando pela elevação do Patrimônio à categoria de Distrito de Paz, subordinado à Comarca de Jaboticabal. Depois é elevado à categoria de Vila; em seguida, a criação e a instalação do Município; a elevação da Sede do Município à categoria de Cidade, culminando com a criação e a instalação da Comarca. Esse segundo “ciclo” que vai de 1868 a 1908, vamos denominá-lo de “ciclo da emancipação e consolidação político-administrativo e judiciário” de nosso Município. Entre a doação das terras (1868), que se constitui no ato oficial do surgimento de nossa cidade, até que ocorresse a sua emancipação político-administrativa (1892), transcorreram 24 anos. Entre a emancipação político-administrativa, está consolidada com a criação do Município (1892) e a instalação da Comarca (1908), transcorreram mais 16 anos.
O terceiro período se caracteriza pela “consolidação econômica do Município”, que se deu com a chegada dos trilhos da estrada de ferro. Esse “ciclo” vai de 1901 até os primeiros anos da década de 30. Foi o período áureo do ciclo do café. A estrada de ferro, sem dúvida, foi o marco que consolidou o progresso de nosso município. A partir da instalação da estrada de ferro, novas fazendas com a cultura do café foram se instalando.
O quarto “ciclo” compreende um período de grandes dificuldades, que se estendeu do ano de 1930 até 1950. A crise do café deu origem a uma crise política, que culminou com um período ditatorial, durante o Governo de Getúlio Vargas, que durou 15 anos (de 1930 a 1945). Esse período vamos chamá-lo de “ciclo de recessão econômica”.
O quinto “ciclo” teve seu início a partir dos anos 50. Tivemos um período de transição até o início da década de 60. A partir do início dessa década ocorreu um novo “ciclo” de grande desenvolvimento e crescimento, que se estendeu pelos anos 70 e 80. Durante esse período a cidade se expandiu, com o surgimento de diversos bairros periféricos e instalação de indústrias. Esse período o denominamos de “ciclo de desenvolvimento e crescimento”. Foi nessa época que começaram a surgir os novos bairros – São Sebastião, Talavasso, Vila Buscardi, Vila Di Santi”. Durante os anos 60, se estendendo pelos anos 70, aqui se instalaram várias indústrias – Colombo, Peixe, Paoletti – que transformavam produtos agrícolas em produtos industrializados. A partir da década de 80, a cidade passou a crescer para a parte sul, com o surgimento dos bairros Santo Antonio, Paraíso e a nordeste, com a abertura dos loteamentos denominados Jardim Contendas e Residencial Laranjeiras, que se constituem na parte nova e mais nobre da cidade.
O sexto “ciclo” teve seu início na década de 90 e se estendeu até anos 2000. A década de 90 foi de grandes dificuldades, motivadas pela desativação de indústrias, fechamento de casas comerciais, inadimplência de produtores agrícolas com os baixos preços da laranja, que se constituía no principal produto agrícola, gerador de riquezas que movimentava todo o comércio de nosso Município. Todos esses fatores desembocaram no desemprego em massa, principalmente dos trabalhadores braçais, ocasionando sérios problemas sociais. Esse período o denominamos de “ciclo de estagnação econômica”.
A partir do ano 2000, a cidade voltou a ter um período de crescimento lento mas com consistência. Foi implantado o “Centro Empresarial”, localizado à margem da Rodovia SP-333, onde se encontram instaladas empresas e indústrias de porte, que empregam um número considerável de trabalhadores. O nosso comércio é formado por empresários competentes e sólidos financeiramente. O setor agrícola teve uma migração de cultura: os pomares de laranja sofreram uma sensível diminuição, dando lugar ao plantio da cana-de-açúcar, que vem dando sustentação à nossa economia. Esse período vamos denominá-lo de “ciclo da restauração do crescimento”, o que nos leva a acreditar que o nosso Município e a nossa cidade encontrarão o caminho do progresso sustentável.