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Hoje vamos falar de cultura, no último dia 19 o Refúgios no Interior visitou o Parque do Ibirapuera, um passeio que mistura natureza, beleza, cultura e arte. Começamos nosso passeio pelo MAM - Museu de Arte Moderna e conhecemos a Escultura Retromemória, o trabalho de Lenora de Barros para a sala de vidro do mam estabelece um diálogo com a obra Aranha, 1996, de Louise Bourgeois, que esteve em comodato no museu e foi exibida por cerca de 20 anos nesse mesmo local. A obra se relaciona diretamente com o jardim de esculturas do museu na área externa.
A artista desdobra o diálogo que tem estabelecido com artistas mulheres como Lygia Clark, Yoko Ono, Cindy Sherman e Méret Oppenheim em uma conversa retroativa com Louise Bourgeois. A partir da memória do lugar, de espelhos retrovisores, de imagens, de poemas e de sons, Lenora de Barros constrói uma grande aranha de metal que ativa o passado recente. Além de tocar na história das exposições do mam, a instalação envolve aspectos verbais (visuais e sonoros) integrando o gráfico e o fonético da palavra, o que se aproxima da dimensão verbivocovisual inventada pelo poeta irlandês James Joyce.
Retromemória, 2022, recorre à tradição concretista e revê, do ponto de vista contemporâneo, a arte construtiva. No momento em que o mam apresenta em sua programação a segunda geração da arte moderna e a abstração geométrica, Lenora de Barros nos faz pensar sobre as obras que já foram exibidas no museu, nos ajudando a superar as perdas e enfrentar os desafios do presente.
As imagens refletidas pelos espelhos que formam a aranha são como duplos, representações que reproduzem o mundo visível, o movimento fragmentado da memória, projetam luzes e sílabas do poema pela sala. O título do trabalho é decomposto e ecoam pelo museu palavras como “memória”, “aranha”, “emaranha” que se entrelaçam e produzem outros sentidos.
O espelho é esse objeto enigmático, que mesmo estando fora de nós, nos ajuda a nos compreender melhor, seja para olharmos para dentro, seja para seguir em frente. Como o mundo parece cada vez mais acelerado, andar em alta velocidade exige que a gente possa enxergar os pontos cegos, o que está atrás, sem ter que virar o corpo para o que já passou. Mesmo que às vezes pareça que tudo está andando para trás, Retromemória não trata de um retorno ao passado, tampouco de uma nostalgia, mas da construção de memórias e estímulos para que a gente possa caminhar em direção ao futuro.
Curadoria - Cauê Alves
Sobre Lenora de Barros
Artista visual e poeta, Lenora de Barros é formada em Linguística pela Universidade de São Paulo (USP) e iniciou sua carreira artística na década de 1970. Os primeiros trabalhos criados por Lenora podem ser colocados no campo da “poesia visual” em diálogo com o movimento da poesia concreta da década de 1950. Palavras e imagens foram seus primeiros materiais.
Em 1983, LB publicou o livro Onde Se Vê, um conjunto de “poemas” um tanto incomuns. Alguns deles dispensaram o uso de palavras, construídos como narrativas fotográficas, onde a própria artista representava diferentes personagens em atos performáticos. Este livro já anunciava o trânsito de Lenora de Barros para o campo das artes visuais, o que acabou por acontecer. Desde então, a artista vem seguindo seu caminho, marcado pelo uso de diversas linguagens: vídeo, performance, fotografia, instalação sonora e construção de objetos.
Seu trabalho está incluído em coleções no Brasil e em vários outros países, entre eles o Hammer Museum (CA, EUA), Museu de Arte Contemporânea de Barcelona (Espanha), Daros Coleção Latinamerica (Suíça), Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM), Pinacoteca do Estado de São Paulo e Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, (Madrid). Entre as exposições mais importantes, ela participou estão: Radical Women: Latin American Art, 1960-1985, Hammer Museum, LA, Brooklyn Museum, New York-NY, USA; Pinacoteca de São Paulo-SP, Brasil; Tools for utopia, selected works from the Daros Latinamerica Collection, Berna, Switzerland; 11º Bienal de Lyon, (França, 2011); ISSOÉOSSODISSO na Oficina Cultural Oswald de Andrade (São Paulo, 2016); 4ª Bienal de Salónica de Arte Contemporânea (Grécia, 2013); 17, 24 e 30ª Bienal Internacional de São Paulo, e em 2022 estará na 59a Bienal Internacional de Veneza.
Curadoria: Cauê Alves
Período expositivo: 02 de abril (a partir das 13h) até 03 de julho de 2022
Local: Museu de Arte Moderna de São Paulo
Endereço: Parque Ibirapuera (Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº – Portões 1 e 3)
Horários: terça a domingo, das 10h às 18h (com a última entrada às 17h30)
Telefone: (11) 5085-1300
Ingresso: R$25,00 inteira. Gratuidade aos domingos. Agendamento prévio necessário.
Após fomos visitar a exposição Ruptura e o Grupo abstração e arte concreta, 70 anos
artistas
Anatol Wladyslaw
Geraldo de Barros
Hermelindo Fiaminghi
Judith Lauand
Kazmer Féjer
Leopold Haar
Lothar Charoux
Luiz Sacilotto
Maurício Nogueira Lima
Waldemar Cordeiro
Em 9 de dezembro de 1952, um grupo de sete artistas apresentou-se no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM) como grupo Ruptura, lançando um manifesto que levava o mesmo nome. Embora a exposição tenha durado apenas doze dias, seus desdobramentos foram longevos. O impacto da arte abstrata naquele contexto e as palavras de ordem do manifesto provocaram debates calorosos, que ecoaram durante toda a década de 1950. Ao longo do tempo, o Ruptura tornou-se um marco na história da arte moderna na América Latina.
Três dos artistas que participaram da mostra inaugural – Leopold Haar, Kazmér Féjer e Waldemar Cordeiro – eram imigrantes que se instalaram no Brasil no imediato pós-guerra, trazendo consigo não apenas os traumas do conflito, mas a vivência junto a grupos de arte abstrata que emergiam com força na Europa. Anatol Wladyslaw e Lothar Charoux ainda crianças vieram da Polônia e da Áustria, respectivamente; Geraldo de Barros e Luiz Sacilotto nasceram no Brasil. Os membros do grupo tinham origem na classe média e trabalhadora, ou enfrentavam o desafio de reconstruir suas vidas. Mesmo assim, num país de passado escravagista, ser branco e europeu significava ter condições de ascensão social mais propícias do que a da maior parte da população brasileira.
O grupo defendia a abstração como projeto de transformação, capaz de permear o cotidiano das pessoas, influenciando a indústria e organizando a vida em suas mais diversas escalas: das artes plásticas ao design, da arquitetura à cidade. Eles entendiam que a linguagem visual construída com elementos simples – linhas, cores e planos – tinha a potência de ultrapassar fronteiras geográficas, sociais e culturais, sendo capaz de sensibilizar pessoas de diversos contextos e origens. Em defesa de um projeto de renovação da arte que tivesse um impacto social amplo, eles propunham a ruptura com a figuração e com tipos de abstração centrados na individualidade dos artistas, que julgavam como inadequadas para o tempo em que viviam.
Ruptura e o grupo: abstração e arte concreta, 70 anos caminha em duas direções. Num primeiro momento, o visitante terá contato com um conjunto de obras e registros fotográficos que remete à mostra inaugural de 1952 – duas pinturas que foram apresentadas na ocasião e outras que representam a produção dos artistas no início dos anos 1950 – pois a documentação existente não permite que a exposição histórica seja reconstruída. Num segundo momento, abordaremos a produção e constituição do grupo ao longo da década de 1950.
Nesses anos, a composição original do grupo é modificada com a morte de Leopold Haar e o afastamento de Anatol Wladyslaw e Geraldo de Barros. Em contrapartida, Hermelindo Fiaminghi, Judith Lauand e Maurício Nogueira Lima unem-se àqueles que permaneciam atuando em conjunto. A rigor, o grupo Ruptura só se apresentou com esse nome em dezembro de 1952. No entanto, Charoux, Cordeiro, Sacilotto, Fiaminghi, Lauand e Nogueira Lima afirmaram, ao longo de suas vidas, que fizeram parte do grupo Ruptura, atuante em São Paulo nos anos 1950. Mesmo que não tenha havido outras apresentações públicas do grupo Ruptura exatamente com esse nome, a narrativa dos artistas e as fortes correspondências entre suas pesquisas visuais nos faz entender que eles continuaram atuando como um grupo.
Olhar para o grupo Ruptura hoje não significa aderir às propostas de seu manifesto, mas considerar as circunstâncias de seu aparecimento, bem como as várias contradições entre o o texto e aquilo que os artistas produziram na mesma época. A história aqui reunida, apesar da clareza formal das obras, não exclui imprecisões, tampouco equívocos na leitura de uma realidade desigual e desafiadora. Por outro lado, o engajamento e a persistência do grupo em explorar problemas dessa ordem demonstram sua crença nas possibilidades infinitas – e, portanto, libertárias – de imaginar novas ordenações de mundo.
Curadoria - Heloisa Espada e Yuri Quevedo
Sobre o grupo Ruptura
Grupo Ruptura foi um conjunto de artistas que marcou o início do movimento de arte concreta em São Paulo, no Brasil. Criado em 1952, era liderado por Waldemar Cordeiro (também seu principal teórico) e composto, inicialmente, por Geraldo de Barros, Luiz Sacilotto, Lothar Charoux, Kazmer Féjer, Anatol Wladyslaw e Leopold Haar. Depois da primeira exposição, Maurício Nogueira Lima, Hermelindo Fiaminghi e Judith Lauand passaram a integrar o grupo. Em seu manifesto, é proposta a “renovação dos valores essenciais da arte visual” por meio de pesquisas geométricas, aproximando arte e indústria, e combatendo o abstracionismo lírico entendido como expressão individual inadequada para o contexto da arte daquele momento.
Serviço
ruptura e o grupo: abstração e arte concreta, 70 anos
Curadoria: Heloisa Espada e Yuri Quevedo
Período expositivo: 02 de abril (a partir das 13h) até 03 de julho de 2022
Local: Museu de Arte Moderna de São Paulo
Endereço: Parque Ibirapuera (Av. Pedro Álvares Cabral, s/nº – Portões 1 e 3)
Horários: terça a domingo, das 10h às 18h (com a última entrada às 17h30)
Telefone: (11) 5085-1300
Ingresso: R$25,00 inteira. Gratuidade aos domingos. Agendamento prévio necessário.
ainda visitamos a Exposição de:
Pintor, desenhista, muralista, professor. Viaja para a Bélgica em 1922, onde estuda química e cursa pintura na Académie Royale des Beaux-Arts [Academia Real de Belas Artes]. Muda-se para Paris em 1924 e faz o curso livre da Ecole Nationale Supérieure des Beaux-Arts [Escola Nacional Superior de Belas Artes], orientado por Lucien Simon (1861-1945). Paralelamente, cursa história da arte na Sorbonne.
Em 1926, freqüenta as academias La Grande Chaumière e Ranson, onde recebe aulas de Roger Bissière (1886-1964). No ano seguinte, realiza a primeira exposição individual, na Galeria Campagne Première, em Paris. Em 1929, participa da fundação do Salon des Surindépendants, atuando como diretor até 1938. Quando se converte ao catolicismo em 1933, passa a executar pinturas murais de cunho religioso. Membro da Resistência Francesa, durante a II Guerra Mundial (1939-1945), é forçado a fugir de Paris.
Nesse período, suas pinturas tornam-se sombrias e inicia estudos expressionista e cubistas sobre a Paixão de Cristo. Em 1946, realiza viagem ao Brasil e expõe na Galeria Prestes Maia, em São Paulo, e em 1948, fixa-se na cidade. Motivado pelo crítico Léon Dégand (1907-1958), então diretor do Museu de Arte Moderna (MAM/SP), aproxima-se do abstracionismo geométrico e cria, em 1951, o Atelier-Abstração, tendo como alunos Jacques Douches (1921), Norberto Nicola (1930-2007), Leopoldo Raimo (1912), Alberto Teixeira (1925) e Wega Nery (1912-2007), entre outros. Em meados da década de 1960 aproxima-se da abstração lírica e da figuração.
Ao fixar-se no Brasil, em 1948, Flexor já é um artista maduro e de rica experiência artística. Sua formação inclui a passagem de dois anos pela Académie Royale des Beaux-Arts em Bruxelas (1922-1924), estudos na Ecole Nationale Supérieure des Beaux-Arts [Escola Nacional Superior de Belas Artes] e no curso de história da arte na Sorbonne, ambas em Paris (a partir de 1924). Com uma produção próxima à Escola de Paris, o artista conquista reconhecimento da crítica em sua primeira exposição individual (1927).
Em 1929 participa da criação do Salon des Surindépendants, do qual é diretor até 1938. Faz parte da resistência à ocupação nazista e é obrigado a deixar a capital francesa em 1940. Passa por enormes dificuldades durante a guerra, voltando a Paris somente em 1945. Os problemas do pós-guerra, aliados ao sucesso da viagem a São Paulo acompanhando uma exposição do Grupo dos Pintores Independentes e sua mostra individual na Galeria Prestes Maia (1946), fazem com que decida imigrar com a família para o Brasil, em 1948.
Considerado um dos introdutores do abstracionismo no Brasil, Flexor é um artista de produção variada e independente. Da figuração cubista à abstração geométrica, e desta à abstração lírica, volta no final da vida a uma espécie de figuração orgânica e antropomórfica, sem deixar de lado a pintura de temática religiosa e os retratos. É preciso notar que da mesma forma que exerce papel importante na aceitação das correntes abstratas pelos brasileiros, o contato com o ambiente do país do fim dos anos 1940 é fundamental para o desenvolvimento pleno de tendências abstratas esboçadas em sua pintura desde o fim da II Guerra Mundial (1939-1945).
Encontra um meio artístico no qual fervilha a querela entre os partidários da abstração e os defensores da pintura figurativa de cunho nacionalista. Participa da histórica exposição inaugural do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), Do Figurativismo ao Abstracionismo, em 1949, a convite do crítico belga e diretor do recém-fundado museu Leon Dégand (1907-1958) e é incentivado por ele a aventurar-se pelos caminhos da abstração geométrica pura.
Por sua vez, o sentimento de crise do humanismo típico do período do pós-guerra (Flexor declara em 1948: "As guerras obrigam o homem a descobrir de novo o universo que julgava conhecer"), em conjunto com a experiência contagiante do surto desenvolvimentista pelo qual passa São Paulo na época, onde, como declara o artista a Sérgio Milliet (1898-1966), "tudo tende para o futuro e clama seu desprezo pelo passado colonial", são elementos decisivos para os futuros caminhos tomados por Flexor no Brasil.
Dessa forma, sua pintura semi-abstrata de origem neocubista do fim dos anos 1940, na qual, como observou Mário Pedrosa (1900-1981), "a sobreposição de planos ainda tem função figurativa" - observam-se, por exemplo, Xícaras (1945), Violão (1948) e Cristo na Cruz (1949) -, transforma-se pouco a pouco em composições geométricas puramente abstratas em que os planos se tornam autônomos, integrando-se por "partido ortogônico ou diagonal". As telas abstratas de Flexor buscam um dinamismo pela combinação de planos e linhas verticais, diagonais e horizontais e de pontos rítmicos pela colocação de tonalidades quentes ao lado de tons rebaixados, na intenção de atingir uma harmonia dentro da assimetria.
Esta abstração, mais musical do que matemática, é construída mediante o estudo e aplicação de métodos renascentistas de proporção e harmonia, como observa Alice Brill (1920). Esses estudos rigorosos serão ensinados por Flexor a partir de 1951 no Atelier-Abstração (primeira fase 1951-1959), do qual participam Alberto Teixeira (1925), Emílio Mallet, Izar do Amaral Berlinck, Jacques Douchez (1921), Leyla Perrone, Leopoldo Raimo (1912), Renée Malleville e Wega Nery (1912).
No final dos anos 1950, uma série de fatores, entre eles a viagem para os Estados Unidos (1957) e o fechamento do Atelier, influi para a mudança de Flexor em direção a uma abstração lírica de formas orgânicas. "Ao mesmo tempo em que mergulha em uma busca interior, Flexor pesquisa a matéria, o ritmo das formas e da luz", como assinala Denise Mattar. Em 1967 o artista surpreende ao realizar grandes pinturas "figurativo-abstratas" para a 9ª Bienal Internacional de São Paulo intituladas Bípedes.
Sobre a convivência da abstração e figuração na obra de Flexor, Tadeu Chiarelli mostra que mesmo em algumas obras ditas "abstratas puras" há a presença de esquemas ilusionistas num inquestionável compromisso com a pintura tradicional. Nesse sentido, sua obra apresenta-se como "objeto privilegiado de estudo sobre os aspectos problemáticos envolvidos na absorção das poéticas não-figurativas no campo da arte brasileira".
Após o almoço parte da equipe foi para a exposição do Tim Burton na Oca. Chamada “A Beleza Sombria dos Monstros: 13 Anos da Arte de Tim Burton”, a exposição permite que o público mergulhe na atmosfera peculiar e fantástica das criações do pintor, ilustrador e cineasta que dirigiu filmes como Edward Mãos de Tesoura, Alice no País das Maravilhas, Dumbo e A Fantástica Fábrica de Chocolate.
Mais recentemente, Tim Burton inaugurou, também na cidade de São Paulo, uma de suas obras em uma gigantesca empena no centro da cidade, com mais de 2.000m²
Imagine que você encontrou um livro onde desenhos, memórias e seres muito particulares são compartilhados. Imagine ainda que você é capaz de adentrar nos pensamentos do autor da obra, imergir nas paisagens oníricas criadas nesse universo e de contemplar vividamente esse lugar e seus habitantes. É o que o público vai vivenciar na exposição “A Beleza Sombria dos Monstros: 13 Anos da Arte de Tim Burton”, na Oca, do Parque Ibirapuera, em São Paulo, de 8 de maio até 14 de agosto.
“A Beleza Sombria dos Monstros” é apresentada pelo Ministério do Turismo, Secretaria Especial de Cultura, Governo do Estado de São Paulo por meio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa, Cielo, Volkswagen Financial Services e B3, com patrocínio da Cateno e Sem Parar, apoio da Petz, Livelo, Outback, Ingresso Rápido e PremieRpet, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura e ProAC.
Concebida em homenagem aos 13 anos de lançamento do livro A Arte de Tim Burton, a exposição encara um desafio: criar uma releitura sensorial das 434 páginas que compõem a obra, que é repleta de ilustrações do acervo pessoal do artista e de conceitos visuais de diversos filmes. Do prefácio ao décimo terceiro (e último) capítulo do livro, os temas comuns à criação do diretor são categorizados e analisados, servindo, por fim, de base ao projeto expográfico.
“É a mais abrangente antologia da obra do cineasta nos últimos quarenta anos”, ressalta Jenny He, curadora da exposição, que acompanhou o projeto em cada detalhe. “A medida em que o público adentra as imersivas e interativas experiências presentes nas diferentes galerias da exposição, a ilimitada criatividade e prolífica produção artística de Tim Burton se revelam intimamente”, destaca ela.
A Beleza Sombria dos Monstros é composta por 14 salas - como as 14 partes do livro -, que contam com temáticas, expografia, cenografia e tecnologias distintas, visando uma imersão profunda não somente na obra de Tim Burton, mas também em seu imaginário poético, genitor das mais variadas criaturas e de seus respectivos universos.
Para criar a atmosfera desejada, foram utilizados recursos audiovisuais diversos, passando por projeções em tecido, teatro de sombras, anamorfose, espelho mágico, realidade virtual (VR), cinema 3D, entre outros.
“Cada capítulo do livro aborda uma dimensão da imaginação artística na obra do Tim Burton. Um deles, por exemplo, investiga esse gosto que ele tem pelos bichos e como ele os desnaturaliza para criar aquelas figuras; outro trata dos palhaços e dos ventríloquos, e assim por diante. O livro é um objeto tridimensional, mas a gente o vê sempre da esquerda para a direita, vai passando as páginas, há uma certa limitação... O que fizemos nesta exposição foi ‘explodir’ isso no espaço”, empolga-se Leo Rea Lé, responsável pela concepção e direção geral do projeto, ao lado de Naum Simão.
Cerca de 110 pessoas trabalharam direta e indiretamente no desenvolvimento, produção e realização do projeto. Entre elas, artistas brasileiros especializados em ambientes imersivos, como o expert em instalações multimídia Rodrigo Gontijo, o designer de som Paulo Beto, a dupla Mirella Brandi e Muep, designers de luz e som respectivamente, e o arte educador Murilo Kammer.
Naum Simão conta que foi mais de um ano de trabalho no desenvolvimento do projeto, dia a dia, full time. “A curadora Jenny He e a designer Holly Kempf (Tim Burton Productions) acompanharam e atuaram diariamente no processo, a distância e presencialmente. Tim Burton também foi muito receptivo às propostas e interferiu criativamente para desenvolver as soluções”. Leo Rea Lé explica que a equipe de Tim Burton participa de todas as escolhas, desde a cor usada em cada parede, o tipo de material que vai ser utilizado, até se a obra como está sendo exposta está conservando a integridade do trabalho original.
Com mais de 50 anos de carreira, 23 premiações e 70 nomeações no currículo, dentre as quais duas indicações ao Oscar, o cineasta, pintor e ilustrador tornou-se particularmente conhecido por sua estética peculiar. O diretor de Edward Mãos de Tesoura, Alice no País das Maravilhas, A Noiva-Cadáver, Dumbo e A Fantástica Fábrica de Chocolate explora universos fantásticos, de atmosfera muitas vezes sombria, povoados por seus monstros incompreendidos e pessoas que não se adequam ao ordinário.
Para intensificar a experiência de imersão no mundo de Tim Burton, seguirá paralelamente à exposição uma mostra cinematográfica com filmes ora dirigidos pelo cineasta, ora que serviram de inspiração para suas criações ao longo dos anos.
A produtora brasileira Rua 34 Produções e a curadora independente Jenny He, em colaboração com a Tim Burton Productions, convidam o público a experimentar o universo fantástico de Tim Burton. “Veja a exposição como um livro aberto. Um livro transformado em uma experiência imersiva tridimensional. Temos textos nas paredes, como em suas páginas, mas como se trata de um livro de desenhos, a exposição pretende criar situações diversas e adaptadas para que as pessoas possam experienciar essas ilustrações no espaço (flutuando, encenando, se movendo), envolvidos por luz, som, cores e formatos cênicos que lhes dão vida e intensidade”, finaliza Naum Simão.
A chegada da exposição foi antecipada por um presente enviado aos paulistanos pelo próprio diretor. No final de 2021, a cidade de São Paulo ganhou a obra intitulada “Mural Tim Burton”, localizada numa gigantesca empena de mais de 2.000m², no “Edifício Garagem Parque 25”, localizado no Parque D. Pedro II, 732. Tim entregou uma obra que criou especialmente para a cidade e acabou sendo grafitada pela artista brasileira, Luna Buschinelli.
Após fomos dar uma volta no Parque do Ibirapuera, entrar em contato com a natureza, apreciar a beleza das cerejeiras florindo, o planetário, as pessoas, os animais e artes espalhadas pelo lindo parque.
Fica a dica, se você está com grana curta, quer dar uma volta, ampliar sua cultura, conhecer pessoas diferentes, passear com seu pet, fazer um piquenique, fazer uma caminhada, tomar um ar ou simplesmente contemplar a natureza é uma excelente opção para um dia de domingo.
Nossa equipe terminou a noite no Itaim em Era uma vez um chalezinho, mas essa parte fica para o próximo artigo.
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Fonte(s): https://mam.org.br/ - https://www.ingressorapido.com.br/event/34778-1/d/75114 - https://www.escritoriodearte.com/artista/samson-flexor
Criadora do Refúgios no Interior, começou a escrever artigos e desenvolver sites em 2005, e nunca mais parou! Cria conteúdo direcionado ao Turismo a mais de 3 anos, e acredite, por aqui a chefe também trabalha! Empreendedora, Escritora do livro "Itupeva - Nossa 'Cascata Pequena', publicado em 2022, viajante e fã de MPB.