O trem está no imaginário do brasileiro e a preservação deve caminhar no sentido dar continuidade a esse interesse no setor ferroviário brasileiro é muito rico em história. Desde as primeiras construções ferroviárias, em meados de 1850, até os dias atuais, muitas modificações foram feitas nesse setor.
A preservação de aspecto histórico, seja das ferrovias, ou de qualquer outro setor, pode ser feita de diferentes maneiras. Na arte, por exemplo, são desenvolvidos acervos, museus, galerias, entre outras ideias que fazem com que a história de itens valiosos sejam preservados e revelados para o conhecimento do público.
Como as ferrovias desempenharam um papel fundamental para o Brasil nos séculos anteriores, essa preservação é fundamental. Além de fomentar a busca por conhecimento por parte da população, pode ajudar o setor a voltar a se desenvolver de maneira eficiente, como era durante o fim do século XIX e início do século XX.
Trabalhar a preservação do patrimônio é trabalhar desenvolvimento. Não é simplesmente preservar um conjunto de estações ferroviárias. O município tem que dar um bom uso para esses imóveis. Preferencialmente, esse uso tem de estar ligado a algum tipo de desenvolvimento para o município.
Algumas cidades estão resgatando o vai e vem nos trilhos, como a Maria Fumaça de Campinas à Jaguariuna, o Trem republicano de Salto a Itu e a Maria Fumaça de Guararema à Luis Carlos
Confira como estão as antigas estações ferroviárias do Estado de São Paulo:
Estação Ferroviária de Botucatu - Estrada de Ferro Sorocabana, construída em 1934. A estação foi restaurada em 2016. Foto: Lew Moraes
ESTAÇÃO: A então cidade de Senhor Bom Jesus dos Aflitos de Pirassununga, fundada em 1826 e elevada a vila em 1865, inaugurou sua estação no final da tarde do dia 23 de outubro de 1878, como ponta de linha, na estação a cerca de um quilômetro da praça central da cidade (veja caixa abaixo de 1878). A data de 24 de outubro, citada pela Paulista, pode ter sido a real data da inauguração, a festa teria ocorrido no dia seguinte da chegada da locomotiva?
Tinha, na época (dados de 1876), uma população de 7.169 habitantes, sendo 1.376 escravos, que trabalhavam especialmente na lavoura de café e na cultura de cereais. Possuía duas cadeiras de instrução primária, para ambos os sexos, e foi por muito tempo a maior e mais importante cidade do ramal.
O prédio original da estação, "feito de tábuas", segundo Manuel de Godói (ver caixa de 1883, abaixo), sobreviveu até 1884, quando, substituido por outro (ver caixa abaixo de 1888), ainda permaneceu com outras funções até 1892, quando, segundo relatórios da Cia. Paulista, foi demolido.
Em 1907, começaram as obras de reformulação e ampliação do segundo prédio, obras que se prolongaram até 1911, quando foi entregue o prédio na sua forma atual.
Em 1911, também se inaugurava a majestosa Escola Normal de Pirassununga, ainda em prédio provisório (o belo prédio atual foi terminado em 1914) e considerada por muitos como a mais bela do Estado, alunos de todas as cidades e vilarejos atendidos pela linha utilizavam-se do trem para atingir a cidade.
A melhoria da estação foi justificada pela Paulista em seu relatório de 1912, como segue: "A melhoria da situação econômica do Estado de S. Paulo, em consequencia da feliz resolução da crise do café, é fenomeno que se vem acentuando sob multiplas manifestações, nestes ultimos dois anos. Ainda que revestindo modalidades diversas, em nenhuma delas porem o fenomeno se tem revelado tão vivamente como em suas relações com a industria de transporte, como alias era de esperar, pois sabido é quanto á ação do caminho de ferro coopera para o desenvolvimento agricola, industrial e comercial de um pais, e por conseguinte, qual a responsabilidade inerente ao fecundo instrumento de civilização no processo de formação da riqueza e do bem estar social. Conscia de semelhante responsabilidade, a Companhia Paulista, nos quarenta anos que já conta de vida ativa, tem sempre procurado envidar os esforços a seu alcance para desenvolver e melhorar o seu importante aparelho de transporte, pondo-o a par das crescentes necessidades do Estado.
"Minha avó, Maria, de Porto Ferreira, sempre contava que ia de trem, todos os dias, para a Escola Normal, isto nos idos de 1913 até 1915... ela morreu em 1987 e ainda se lembrava disso com alegria" (Ralph Giesbrecht, 1999).
Também embarcavam aqui os passageiros que baldeavam para o ramal de Santa Veridiana, e atingir o tronco da Mogiana, para seguir para Ribeirão Preto, na estação de Baldeação.
De 1891 a 1976, esse ramal esteve ativo. Em meados de 1976, a estação de Pirassununga passou a ser o ponto final do trem de passageiros, deixando de seguir até Descalvado.
Sete meses depois, em fevereiro de 1977, o trem de passageiros partiu de Pirassununga pela última vez, seguindo para
Cordeirópolis.
A partir daí, a estação foi sendo, aos poucos, abandonada. Em 1991, ainda estava nesse estado.
Em 1993, a Prefeitura reformou o prédio, que passou a abrigar o Museu Fernando Costa, e restaurou o prédio da forma como era em 1911 (Ralph Mennucci Giesbrecht - do seu livro "Caminho para Santa Veridiana", 2003).
Em 2012, a estação não era mais museu: virou rodoviária. Nenhum problema quanto a isso, pois mantém o que era antes: um local de embarque e desembarque de viajantes. Os bilhetes de viagem voltam a ser vendidos nos velhos guichês onde se vendiam passagens para o trem. Porém, encheram de tendas de vendas de comida a plataforma e o leito da via foi nivelado com a plataforma, tendo sido destruídos os belos pés de cimento que adornavam as colunas da gare. O prédio continuava belo, mas as interferências com o resto estragavam e muito a aparência do local.
Fonte: Estações Ferroviárias do Brasil
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Criadora do Refúgios no Interior, começou a escrever artigos e desenvolver sites em 2005, e nunca mais parou! Cria conteúdo direcionado ao Turismo a mais de 3 anos, e acredite, por aqui a chefe também trabalha! Empreendedora, Escritora do livro "Itupeva - Nossa 'Cascata Pequena', publicado em 2022, viajante e fã de MPB.